Nelson Barbosa é o novo ministro da Fazenda
Publicado em 18 de de 2015 às 06:56 PM
BRASÍLIA - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, substituirá Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda, fontes do Palácio do Planalto confirmaram ao GLOBO. Barbosa, que estava no Rio na manhã de hoje, foi convocado pela presidente Dilma Rousseff para retornar a Brasília esta tarde. Quem substituirá Barbosa na pasta do Planejamento é Valdir Simão, atual ministro da CGU. O Planalto divulgou nota confirmando os novos nomes.
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em café da manhã com jornalistas no Ministério da Fazenda, em Brasília
Levy diz que não quer causar constrangimentos ao governo
Levy passou a manhã desta sexta-feira driblando perguntas dos jornalistas sobre sua permanência no cargo. Num café da manhã oferecido à imprensa em Brasília, ele fez um balanço de seu trabalho à frente da Fazenda em 2015, mas fugiu de responder diretamente aos mais de dez questionamentos que lhe foram feitos sobre quando deixaria o posto.
Empresários brasileiros fizeram ressalvas à indicação de Barbosa na sucessão de Levy na pasta da Fazenda. Alguns afirmam que, de acordo com o perfil do ministro, ele poderia afastar o Brasil do ajuste fiscal, o que seria prioritário no momento.
Barbosa assumiu a pasta do Planejamento no dia 1º de janeiro deste ano, no início do segundo mandato da presidente. Embora não seja filiado ao PT, ele trabalhou no comitê de reeleição do presidente Lula e ajudou a formular o programa econômico da primeira campanha presidencial de Dilma.
Levy defende seu legado de reformas, como no ICMS e no PIS/Confins - Agência O Globo / André Coelho
Interlocutores da equipe econômica afirmam que Barbosa e Levy se entendiam em relação a 90% dos assuntos. Levy chegou ao governo com um duro plano de ajuste fiscal para tentar resgatar a credibilidade perdida por causa das pedaladas fiscais do primeiro mandato de Dilma. Barbosa também reconheceu que o ajuste era necessário.
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Defensor de ideias desenvolvimentistas, Barbosa trabalhou no Ministério da Fazenda de 2006 a 2013, quando deixou o governo. No período, comandou as secretarias de Acompanhamento Econômico, de Política Econômica e Executiva. O economista ajudou a elaborar as medidas que o governo adotou para combater a crise internacional, a partir de 2008, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa Minha Vida.
Ter deixado o governo, no entanto, não livrou Barbosa de também responder como uma das 17 autoridades responsáveis pelas pedaladas do primeiro mandato. O ministro foi incluído no processo que está no Tribunal de Contas da União (TCU) porque, em 2012, assinou uma portaria que fixava um prazo de 24 meses para que a União pagasse ao BNDES equalizações de juros concedidas no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
De acordo com o TCU, essa regra foi uma forma de o Tesouro jogar despesas para frente. Barbosa foi o responsável pela portaria porque era secretário-executivo do Ministério da Fazenda na ocasião. Como o Mantega estava fora, Barbosa respondia como ministro interino da pasta. O TCU ainda não se posicionou sobre as condenações.